O olhar denuncia o desencantamento e a desesperança. Indubitavelmente, o otimismo do brasileiro que, nos últimos 20 anos, lutou sem trégua para resgatar o Brasil das mãos nefastas da esquerda esvaiu-se como água entre os dedos.
Depois de quatro anos do governo Bolsonaro, contas públicas equilibradas, reservas externas no azul, crescimento do país, recorde de apreensão de drogas e queda no número de homicídios, um ex-condenado por corrupção e lavagem de dinheiro voltou à cena do crime. Lula da Silva ficou preso por 580 dias, em razão da condenação, em quatro instâncias da Justiça, na emblemática Operação Lava Jato, que desvendou um gigante esquema de corrupção na Petrobras.
O descondenado recuperou a liberdade e elegibilidade, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) revisou a jurisprudência que permitia a execução de uma sentença confirmada em segunda instância e aceito a tese de juiz parcial e do foro do processo.
Eivado de ressentimentos, nem mesmo o ritual de posse foi seguido por Lula. Ao passar diante das tropas (Forças Armadas), não reverenciou os símbolos da Pátria, ignorando a bandeira nacional e os oficiais perfilados à rampa do Palácio do Planalto. No discurso, o ex-presidiário sequer citou o combate à corrupção.
O progressismo é tão cego e desonesto, que nem poupa-se de passar vergonha. O material fornecido pela equipe de Lula sobre a mulher que colocou a faixa presidencial em Lula – uma vez que o ex-presidnete Bolsonaro recusou-se a passá-la a um ex-condenado – informou que ela tem 33 anos, é catadora desde adolescente e é de uma família que há 3 gerações vivem da coleta de lixo. Em suma: a catadora tinha 13 anos, quando ele tomou posse pela primeira vez e, durante os desgovernos petistas continuaram na pobreza.
Já a saudação aos presentes à posse do novo ministro da Economia, o poste Fernando Haddad, aquele que disse que não entendia nada da área, foi marcada pela linguagem neutra. O tal fenômeno linguístico de conotação política também foi usado pela primeira-dama e um dos ministros de Lula. Enquanto isso, o mercado brasileiro estava em polvorosa, as bolsonas derretiam, temendo as medidas intervencionista do novo governo. Nos primeiros dois dias de governo, a bolsa de valores brasileira acumulo queda de 5%, anulando os ganhos do ano passado, que ficaram em 4%. Já o dólar subiu 1,5% frente ao Real. Desde o fim das eleições, em outubro passado, a bolsa de investimentos do país perdeu R$ 546,2 bilhões, em valor de mercado.
Na primeira semana do ano, a sanha de um ministro da Suprema Corte também beirou o inominável. Alexandre de Moraes, mais uma vez, inovou o Direito ao autorizar uma “super quebra de sigilo” – telefônico e de dados – de investigados no inquérito inconstitucional sobre “atos antidemocráticos” de quem ousou pedir mais transparência nas eleições e o fim do judicialismo no país. O iluminado concedeu amplos poderes investigativos à Polícia Federal, atingindo oito pessoas (incluindo quem tem mandato), mirando assim o coração do bolsonarismo. No entanto, a desmedida quebra de sigilos incluí todas as pessoas que mantiveram contato com os investigados, o que amplia indefinidamente o número de alvos.
No decorrer dos parcos dias de 2023, Lula editou decreto que cria a malfadada “Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia”, cuja função é o combate à desinformação sobre políticas públicas. Mas, na verdade, a tal autoridade poderá patrulhar pensamentos, censurar críticas e contraditórios e perseguir adversários, numa espécie de “Ministério da Verdade”, da obra distópica 1984, de George Orwell. No livro, Orwell conta a história de um país governado por ditadores que controlam e vigiam a todos o tempo todo, revisitando o passado e dizendo o que era ou não verdade.
Para fechar a semana de horrores, Lula sofreu a primeira representação contra o ato tirano. O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB/SP) ingresso com uma ação na Procuradoria-Geral da república (PGR) contra o famigerado decreto. “Se não existe nenhum texto legal que define o que é desinformação, quem será o responsável para decidir o que é verdade ou mentira. O Lula? Ele vai patrulhar pensamentos “, questionou nas redes sociais.
Quem votou em Lula queria ilusão, mas dou-lhe a realidade: “Faz o L”.
By Mércia Maciel,
Jornalista e pedagoga, formada pela Universidade de Brasília.
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