Cantar Imagine, iluminar monumentos e soltar balões brancos pela paz, enquanto líderes mundiais se esmeram em discursos sem pulso, são apenas evidências de que o Ocidente está mesmo enfraquecido. Ao trocar a firmeza pela agenda do politicamente correto e eleger a linguagem neutra como real ameaça à existência do Planeta, as nações ocidentais se curvaram à debilidade.

Enquanto Putin aproveitava o vazio de governos progressistas e, recentemente, da gestão Biden, a sociedade ocidental se preocupava com ideologia de gênero, desconstrução de conceitos de família e da religião e a tal “masculinidade tóxica”. Sem contar banheiro trans e a relativização da liberdade.

A emasculação do Ocidente foi lenta, ruidosa e efetiva. A pauta progressista dominou mentes e corações sufocando outros valores. Não se engane! O Ocidente é vermelho!

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Sem desprezar os demais fatores da invasão russa, na semana passada, a atual impotência dos Estados Unidos, em relação a Putin, passa por essa decadência ocidental. Biden retirou sanções impostas por Trump aos russos, demorou para reagir e impôs uma geopolítica ideológica desastrosa. Indubitavelmente, os lacradores perderam o bonde da História e renegaram as conquistas dos antepassados na luta contra a então Cortina de Ferro.

Uma infantil análise da guerra entre os dois países classifica o conflito em termos do bem contra o mal. Mas ninguém é santo – Putin pretende manter a zona de influência na região e o governo ucraniano desrespeitou o acordo de não aproximação com a OTAN.

A política progressista do desarmamento também pediu a conta aos ucranianos. Durante a Guerra Fria, a terceira maior potência mundial nuclear do Planeta era a Ucrânia, que fez parte da antiga União Soviética. Com o colapso da URSS, em 1991, a recém independente Ucrânia herdou cerca de 3 mil armas nucleares deixadas por Moscou. Descontente com o desenvolvimento bélico do vizinho, a Rússia pressionou o governo ucraniano a assinar, em 1992, o tratado de desarmamento, o famoso Memorando de Budapeste. Em 2014, depois da anexação da Crimeia, a Ucrânia percebeu que estava indefesa. A romântica decisão de desprezar as armas deixou os ucranianos de joelhos, ainda que, bravamente, resistam à invasão de Putin. Um país sem armas é alvo fácil para qualquer ditador de plantão.

Em outra frente, a pandemia também foi pano de fundo para que os progressistas tiranos do Ocidente negassem a liberdade, com imposições inconcebíveis. A profecia de Churchill materializou-se: “Entre a guerra e a desonra, eles escolheram a desonra e terão a guerra”. Longe de qualquer clichê, um provérbio oriental resume o momento que vivemos -“Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos”.

 

By Mércia Maciel, jornalista e pedagoga, formada pela Universidade de Brasília.

 

 

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