Num discurso indignado, o presidente Jair Bolsonaro subiu o tom. Em evento, no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo desafiou o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral a demonstrarem o que é fake news, numa alusão à ausência de tipificação do ilícito no ordenamento legal brasileiro. O chefe do Executivo referia-se à cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini por “propagar desinformação contra as urnas eletrônicas”, em 2018.

Durante uma transmissão ao vivo, pelo Facebook, e faltando 22 minutos para o término da votação, o então candidato ao Legislativo paranaense afirmou que algumas urnas foram apreendidas, pois, estavam adulteradas para impedir que os eleitores confirmassem voto em Bolsonaro. O parlamentar fiou-se na imunidade parlamentar, que não o protegeu. Na semana passada, a deputada petista Erika Kokay (DF), afirmou que as eleições de 2018 foram fraudadas e não sofreu nem mesmo uma reprimenda.

Ao defender o direito do cidadão de desconfiar do processo eleitoral sem que isso configure afronta ao democrático estado de Direito, Bolsonaro sustentou que a decisão da Corte Eleitoral tem o objetivo de “criar jurisprudência”, como forma de perseguição política. Ele disse ainda que convidadas pelo TSE para dar sugestões sobre a segurança das urnas, as Forças Armadas fizeram nove propostas para aperfeiçoamento do processo eleitoral, que foram, praticamente, ignoradas. “Convidaram para que, então? Eu sou o chefe das Forças Armadas. Não vamos fazer papel de idiotas”, cravou.

O presidente também referiu-se ao manto de normalidade imposto pela mídia brasileira, que trocou o jornalismo por militância ideológica. “Se é para punir fake news, feche a imprensa”, vociferou.

A militância da Suprema Corte alimenta, a cada dia, a insegurança jurídica, com contorcionismos e aberrações legais, como apenar, sem lei anterior que defina o que é crime.

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Em meio a debates, no decorrer da semana, o Brasil acumulou boas notícias – como a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), consideração a inflação oficial do país. O consumo também melhorou. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo das famílias cresceu mais de 7%, em abril, em comparação com o mesmo mês de 2021. Segundo o vice-presidente da instituição, Márcio Milan, os resultados revelam que há crescimento consistente do consumo.

Esse é o Brasil que a imprensa não mostra.

 

By Mércia Maciel, jornalista e pedagoga, formada pela Universidade de Brasília.

 

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